quinta-feira, 1 de junho de 2017

A vida numa corda bamba

Me assusta a cegueira que te atinge. Tu me toca mas não me enxerga de fato. Acredito que diante da tua face, meu amor, existe apenas um espelho no qual reflete o próprio ego. E em cansativas sessões de amor próprio me pego questionando o teu querer - és meu bem querer - porém não se apegue a isso, devo à mim a vontade de viver sorrindo, devo à mim acordar todos os dias pensando no valor da vida e nos motivos de ainda insistir nela. Saiba que amar vai muito além de dizer.
 
Fico aqui no meu quarto em silêncio fingindo que não existo, enquanto lá fora o mundo grita o desamor e egoísmo.  Me perguntam sempre por que durmo tanto, tolos. Se enxergassem a realidade como eu, saberiam que os sonhos são melhores , a realidade é cruel. Você , meu amor, é cruel. Muitas vezes a tristeza vem, e quer saber? Junto todas minhas forças e a mando embora, naquele momento não me sinto necessariamente triste, mas vazia. 

Estive olhando pro espelho por tanto tempo, que comecei a acreditar que a minha alma está do outro lado. Todos os pequenos pedaços caindo, quebrados, pedaços de mim. Afiados demais para serem recolhidos, pequenos demais para terem importância , mas grandes o suficiente para me cortar em tantos pequenos pedaços. Se tentar toca-la eu sangro. Ora respiro , ora não. Numa tentativa desesperada de desligar o que os meus espíritos induzem. Como você consegue se recusar a beber como uma criança teimosa? Minta pra mim, me convença que sempre estive doente e que tudo isso fará sentido quando eu melhorar. Mas não sei a diferença entre meu reflexo e eu, simplesmente não posso deixar de imaginar... Qual de nós você ama?
Então eu sangro.

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